Por Rafael Belo
A estrela cadente cai
como a mais brilhante do universo. Poucos a viam. No contraponto contraditório
entre tolerância e intolerância se perdiam nos paraísos artificiais. Algo entre
Orfeu e Morfeu na onda de Dionísio ou Baco, grego ou romano, tanto faz, mas a
psicodelia estava ali tentando respeitar o direito de discordar, o cair e
levantar de cada um. A realidade deixava dúvidas duradouras em quem a
observava. Paulo Portas se abria neste limite entre o fim e o abismo.
Poeta, médico,
moldador de sonhos esta grega mitologia se atrelava a Paulo Portas, o
intoxicador. Nenhum tóxico lícito ou ilícito... Não mais. Causava terrores
noturnos e uma cisão atemporal fechando Portas na rua. Ele e o abismo se
encaravam, no entanto o fim também os encarava em desafio àquela forma
artificial de empurrar a vida adiante, distante o suficiente para não alcança-la
para puxar de volta.
Enquanto isso, a
estrela caia e aos poucos muitos a viam. Mas, era um horário da noite onde
ninguém sabia mais onde estava. Estavam entregues as formas de sobreviver a
mais um dia no inferno natural cheio de paraísos artificiais, cada um com o
seu, ou os seus... Não havia limite
entre superfície e profundidade a realidade alternativa invadia a mente
intoxicada de todos.
Intoxicadas de
informações de mais, toques de menos, distâncias demais, maus pensamentos sobre
a insônia babando nas ruas até lembrar do desejo concedido pela estrela caída
vista, à vista no prazo perdido da sanidade carregando sua placa com os dizeres
“o fim já chegou! Vamos recomeçar?” Então, Paulo Portas abria a próxima
oportunidade e defendia o direito de sonhar.
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