segunda-feira, abril 06, 2015

Festa de chegar


por Rafael Belo

Não há espaço para pedestres e nem para veículos. Mesmo assim seguimos em direção à individualização dos transportes. Não é evolução cada uma ter um ou mais carros próprios é retrocesso. Estamos no caminho inverso e caminhar passa cada vez mais a ser um risco. Tudo está parado e ao invés de pensar no fluxo, de planejar o próximo passo... Estuda-se a facilidade das pessoas comprarem mais carros e motos.

Para pensar no futuro, no presente precisamos diminuir a quantidade de carro/dia nas ruas. É fundamental melhorar a qualidade do transporte público. Metrôs, trens, ônibus, aliás, nossa malha ferroviária já foi até satisfatória e agora... Bem se não fosse à escassez poderíamos citar a hidroviárias, mas é melhor não... Vamos pensar na poluição sonora. Nas incontáveis vezes em que as agudas buzinas dos motociclistas e motoqueiros pedem passagem.

Também no buzinaço promovido da inutilidade e impaciência iniciada sempre por um e então tudo se transforma e um coro infernal. O som da cidade é uma mistura constante de buzinas, freadas, acelerações e batidas... Os pedestres estão sempre se virando e sempre nos esquecemos que os somos também quando não armados de um veículo qualquer.

Imagine Londres ou Nova York, cidades também intensamente populosas, mas o transporte coletivo funciona e olha só até os representantes do povo inglês e norte-americano utilizam tal condução pela agilidade e qualidade. Se abolíssemos os ônibus e investíssemos o dinheiro, de cada nova frota parada no semáforo, em uma nova linha férrea ou metroviária teríamos qualidade de sono, de alimentação, de tempo e, portanto de vida, ainda mais na era da insignificância onde nossa festa é chegar, “não importa” o caminho.

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