por
Rafael Belo
Seus sombrios segmentos
selam o dia. Sedutores olhos se sujeitam aos jogos dos olhares. Não vê luz e cede
à sede bebe qualquer bebida social, quer lubrificar suas expectativas
frustradas. Confunde liberdade e igualdade com cópia e degradação. Não lembra
nada no outro dia. Nem sabem quantos destes se passaram. Tem bom cargo, mas
salário ruim. As veladas formas de ser
mulher, pensa Patrícia.
As cores do dia se
confundem ao reflexo e à luz que caem pela manhã. Não tiveram a delicadeza de
aparecer aos poucos e Patrícia não sabe se as cores que vê estão lá... Olha
para tantos adolescentes de várias idades acumulando experiências e disfarçando
sonhos para quando tiverem “bem-sucedidos”
e assim cheguei até aqui, lembra ela.
Característico charme
colegial... Uma caricatura das potencialidades ofuscadas pela “necessidade”. Como tudo na vida passa, vou passando... recita
Patrícia com amargura. O mundo gira diante do seu hálito quente e alcoólico. Vê
tantos corpos cambaleantes a caídos babando inconscientes de propósito...
tantas sombras passam por ela a ponto de Patrícia tentar enxergar a luz.
Mas se confunde às
sombras da mesma forma da confusão feita entre paciência e ficar parada... Foi preciso anos de embriaguez social para
me encontrar misturada às sombras das possibilidades. Minha vontade é... Respira
fundo, se acalma e tenta não pensar em nada. Fecha os olhos. Gritar e é isso, pensa enquanto grita e
sente alívio naquele caminho respirando fundo com ela caminhando ambos em direção
do amanhecer.
Um comentário:
......E sente alivio naquele caminho....belo texto e imagem! Msmys
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