terça-feira, setembro 05, 2017

afundos




estou sonolento lento falecendo de âncoras amarradas
atento sei do padecer de todos em escaladas por prevenção parto
partido arrasto o mar comigo até as montanhas mais altas

faltas não marcadas ficam pela estrada sem atalhos no caminho
viajo sozinho vizinho das minhas ideias que passam sem destino certo
está tudo aberto perto do discreto detento pensando ao relento se deve partir ou chegar
talvez carregue o mar ou montanhas tamanhas vistas nos versos do invisível

como é possível em um mundo de águas não navegar
se mesmo só molhando as pontas dos dedos estamos a afogar?

vejo vidas velejando sem sol nem luar flutuam temendo flutuar
perdem o vento chegam ao fundo sem saber afundar.


+ às 08h46, Rafael Belo, terça-feira, 05 de setembro de 2017+

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