por Rafael
Belo
Meu coração já não se parte mais. As pessoas não me decepcionam
mais. Se eu me apaixono e desapaixono? Claro, mas nunca desamo. Hoje, meu
coração tem toda razão e é um músculo forte. Já fui do Centro, do Leste, Oeste,
do Sul e do Norte... Hoje só navego. Mas, não me considero a navegante. Às
vezes, nem levanto a vela... Vou pelo ondular das águas... Assim, sempre volto
para o mar. Aqui estou mais uma vez. Pensando, me renovando com o coração
inteiro. Não o entrego mais, apesar de ser entrega sempre.
Sabe, eu até tento me apaixonar, mas vejo ser tudo ilusão minha. Acaba
logo como chama de vela pequena... Todas as minhas celas eu arranquei as barras
uma por uma e estou livre, mas mesmo assim sofro da síndrome da pata presa. Sou
aquele elefante cheio de memória e experiência, mas como passou a vida preso
pelo tornozelo não faz ideia da força que tem, nem que esta é suficiente para
derrubar a árvore. Nada é capaz de nos prender além da manipulação e do
condicionamento.
O sofrimento não me pertence mais. Já fui mulher capaz de entregar
o coração para o outro pensar eu ser dele. Sou só de mim mesma e olhe lá. Cada
rolê que vou não tenho paz para sequer dizer não, mas o digo e não permito um
sem noção nenenzão tirar minha paz. Demorei demais para conquistá-la... Às
vezes a gente trava... Desculpe só posso falar por mim, não é, não? Às vezes eu
travo. Isso só pode significar que eu não estou pronta... Não quero forçar nada
antes de me sentir bem comigo mesma, por isso, estou aqui. Meu corpo é minha
igreja e este navegar minha oração.
Não gosto de sutilezas ou jogos. Não enrolo. Sério! Só não sei
ainda diferenciar gentileza de interesse, mas o fato é que não estou
interessada. Sorrio sim por nada. Nada do seu interesse... Eu venho para cá em
mais uma jornada em busca do novo eu. Posso ser encontrada em qualquer lugar
barulhento ou não, mas quero ter esta sensação de não pertencimento, de
encolhimento e imensidão diante da Natureza. Distanciamento é bom, então me
deixe só agora. Respeite-me! Vá embora, afinal você precisa se encontrar
também.
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