segunda-feira, setembro 18, 2017

O que queremos partir?




Por Rafael Belo


Os corações não se partem realmente, apesar de nos sentirmos partidos, repartidos entre nosso eu ferido e ela/ele a causa da ferida. Eles não doem de verdade, apesar da dor dilacerante nascida de um ideal e um amontoado de expectativas. A gente não se debatia para fazer funcionar? Não queria dividir todos os lugares e sentimentos? Agora é confusão e dor. Somos fortes, mas não queremos ouvir isso. Vai passar não vai ser o suficiente possível. Temos nossa hora. O problema é ter pressa.

Não adianta. Quando os números marcarem nossa hora, os ponteiros apontarem para nós teremos encontrado alguém capaz de nos fazer esquecer ter havido outra pessoa antes. Mas até este instante temos que melhorar nosso convívio com quem somos e estamos nos tornando.  É um tornado nível dramático sete arrastando tudo para um só pensamento e sentimento esta dor que não quer passar. Porém, vejam a tevê. Apesar de tanta morte, dor e destruição a ênfase são as estatísticas. Os números. Fazemos o mesmo. Esquecemos cada detalhe “bom” e focamos no ruim. Queremos entender e, às vezes, nem há razão alguma.

Uma bruma densa vem destas lágrimas escorrendo dos nossos olhos nos travando, ancorando, bugando em um lugar remoto onde todos passam, passaram e passarão. Mais uma vez tudo depende dos significados dados por nós sobre e não o acontecido em si. Precisamos saber - e sabemos sem conseguir fazer funcionar - enxergar além desta confusão geral em nós acabando por nos anular misturados nestas lágrimas derramadas e evaporando ao nosso redor. Quanto tempo vamos nos confundir com nossas brumas, nosso passado e este estado estagnado de pedaços espalhados?


Dissipar ou absorver e seguir faz parte do nosso crescimento e o fortalecimento do coração. Eu aprendi que a mente é mais forte que tudo. Ainda assim sou intenso em cada sentimento, mas nunca escolho o sofrimento. Há um discernimento surgindo no horizonte acredite em si. Valorizamos demais as coisas erradas. Ok. Teu coração pode estar partido. Ele vai cicatrizar e você terá histórias para contar, mas não existe culpa em uma relação – tirando as agressões. Tudo acontece a dois e se o coração parte, partem os dois . É melhor se resolver e nem sempre, quase nunca, tem a ver com o outro, só com você. Quer saber? Não deixe o coração esvaziado por causa de nada. O deixe preencher com as melhores coisas e elas estão por vir, basta não ficar parado e partir só nesta movimentação para o porvir.

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