O estômago embrulha,
os olhos reviram, a boca se contorce e a expressão geral do rosto é de desgosto
e contrariedade diárias durante dois períodos do dia, fora os informes
inseridos no decorrer das programações, não há escapatória. A contaminação de
promessas e ataques é em todos os meios e se há visão e audição somos
atingidos. Atacados por todos os lados com poucas chances de defesa à espera
do fim que termina em parte daqui há uma semana e talvez mais 20 dias nos
esperam.
Há dois meses e
nove dias ouvimos as mesmices das piadas prontas, de fundo nada engraçadas, atacam
nossos ouvidos e olhos gratuitamente, mas dia dois todo ato gratuito acaba e no
dia seguinte os pagos também. Deputados federais, estaduais, senadores,
governadores e presidente estarão definidos na lei seca do domingo, mas é provável
que os dois mais altos cargos ainda estejam indefinidos e teremos mais uma “curta”
rodada de programas eleitorais. Ainda é de estarrecer os motivos para os votos
hoje e poucos são direcionados a trabalho e honestidade.
Um país sedento por
mudanças da boca para fora, mas da porta de casa para dentro ainda aceita “propina”,
se submetem a troca por votos, cargos, auxílio parente, garantia de “QI” para o
futuro e o constante rouba, mas faz. A sujeira de décadas falando do lixão ao
céu aberto cheirando em cada obra feita ou não, em cada desvio e os vícios
camuflados há tanto tempo que parece a definição do termo política, sendo assim
a maior parte do tempo quem decidiu se candidatar a nos representar passar a
maior parte do tempo se justificando para a minoria.
Em qualquer lugar
há gente capaz, de boa índole e com boas ações, mas em um sistema contaminado
os representantes não nos representam mais. O reflexo de seus funcionários cabe
em posicionamento destes perante os atos daqueles. Uma pessoa não é o seu lugar
de trabalho, e o inverso também é verdadeiro, mas dificilmente um representa o
outro, porém as ações deles afetam ambos, assim como o ato obrigatório de votar
dentro da democracia reflete em contradição quando somos responsáveis pela
nossa “escolha”.
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