Aquela sensação de
liberdade deslizando sobre o asfalto, sobrevoando o chão na leveza da
concentração em não pensar em nada e interagir com a natureza com o sol
iluminando o caminho do fim do dia. O momento de liberar as amarras de roupas e
maquiagens metafóricas ou literais “ousando” desagradar os outros, contrariar
seja lá quem for, simplesmente por ser sua opinião.
Sem a fachada social
pintada para vender a imagem e adulterar a mensagem natural deixada em estado original
nos eternos olhos. Ávidos por atenção, carentes de afeto, jogados na selva de
pedra sem sustentação suficiente para ficar em pé, pelo menos seus
subterfúgios são sobrevivência em um custe o que custar negado três vezes antes
do próximo dia raiar. Porque no escuro não há sombras quando as luzes se apagam.
Há os nascidos nos
limites sociais discriminados pelos dois lados da linha amarela, recriminados
pela origem, imputados de culpa pelo meio, pelo receio e pela ignorância. Sob a
sina de agir para continuar mais um dia. Socialmente estigmatizado como um
suicida social repleto de maldade, mas não podemos julgar a totalidade pela
parte, aliás não podemos julgar quando não sabemos viver sem afeto, afago e
atenção.
Renegados do eu
querem moldar a própria personalidade para se misturar, serem aceitos quando
nem ao menos se aceitam e se sentem inferiorizados, injustiçados, excluídos
daquilo do qual teriam o direito de fazer parte. Então, a raiva acumulada mata
algo sempre criando uma reação em cadeia, o fatídico efeito dominó derrubando o
presente, o passado e o futuro, mas tudo pode ser levantado de novo, pois nem
sempre tudo está perdido, é possível nos encontrar de novo... até não ser mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário