sexta-feira, setembro 19, 2014

Iluminando (miniconto) - Rafael Belo


 O dia tinha chegado ao fim. O pequeno continuava ansioso com o sol se pondo, com as capivaras, com os patos, outros pássaros, com o lugar, com tanta gente, mas poderiam ficar mais não é?! Era fim de semana e ninguém iria trabalhar. Não iam enganar ele. Ele já tinha idade suficiente... Mas, mesmo assim ele estava feliz com suas três mulheres magras e preferia não dizer nada sobre peso. Já viu o que provocava o assunto quando meninos mais velhos falavam...

Melhor nem lembrar. Sua vozinha, sua mãe e sua irmã estavam obcecadas em emagrecer e serem “saudáveis”. Seja lá o significado da palavra para elas. Por isso, pensava satisfeito em ser adulado pelas três. Ainda não entendia porque o pai não quis ir... - Ainda não entendo como as pessoas não veem nada das belezas por aqui. São tantos sons, tanta gente, tantos brinquedos naturais, tantos animais...

Mas, Uriel, Uri para os íntimos, preferia não contrariá-las já sabia que era aquele dia de mais confusão e gritaria quando ele estava longe, sorrisos falsos e desculpas forçadas quando estava perto... Parecia acontecer todo mês com as três, mas ele não queria saber destas coisas de meninas, queria conhecer mais gente da idade dele. Os mais velhos tinham a – qual a palavra mesmo? – Ah... detestável mania de apertar suas bochechas e bagunçar seu cabelo. Então, Uri lembrou de algo:

- Mãe? Por quê tem tanta gente sozinha aqui? A gente não pode ficar amigo destas pessoas, elas parecem tão legais? É tão chato andar de bicicleta sozinho e (promete não ficar brava?) vocês não estão nem de bicicleta e nem tem a mesma idade que eu... Hummm... Também ficam super nervosas quando se distraem e me perdem de vista... Olha lá aquela menina sozinha empurrando a bicicleta (foi na direção dela) – oi? Qual é o seu nome? E o dia não terminou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom...