Nada nesta vida é
ordinário. Tudo bem. Algumas coisas são até demais, mas não chega a ser uma
ofensa de verdade, mesmo que 99% das pessoas se sintam ofendidas. Talvez seja
culpa do Compadre Washington e seu infame “sabe de nada ordinária”, mas vivemos
no limite da linha abaixo deste adjetivo. Nada mais nada menos que comum. Somos
fadados ao comum por vivemos lutando para sermos extraordinários.
Pense em uma criança
crescendo com uma deficiência facial, acusada por muitos de deformidade. Não um
pequeno defeito, mas algo passível de pesadelos e de prender o fôlego por
semanas até chegar no limite do costume. Este é August e ele é uma criança
extraordinária, aliás Extraordinário é o nome do livro de R.J. Palácio. De uma
forma delicada e direta, a autora dá vida a esta criança junto a Summer, Jack
Will, Via, Miranda e Justin
Auggie nos cativa
pela sua coragem e forma de lidar com os desafios, nos emociona pelo seu humor
e força de vontade, mas a perseguição e o bullying nos leva de volta aos
primeiros anos escolares como se tivéssemos ao vivo vivendo junto a ele esta maravilhosa
história. Uma lição de vida e de literatura que nos faz devorar página após
página imaginando o que vem a seguir.
Este é o tipo de leitura
cutucando a nossa mesquinhez perante nosso egoísmo, aquela a apontar o tamanho
da insignificância dos nossos “problemas” ou o usual “mimimi” de uma maneira envolvente
nos levando a torcer pelo personagem para que ele termine bem este desafio de
enfrentar o preconceito dos outros, e nos incentiva, personagens da nossa própria história, a escrevê-la com a coragem e força de Auggie na melhor forma de dizer não julgue nada pela aparência.
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