por Rafael Belo
Eu gostaria
de falar sobre amizade, algo essencial nesta vida onde há um laço deitado em oito
nos dando um apoio e chacoalhões necessários, mas eu estou aos chacoalhões. Vivo
um momento ímpar na minha vida cheia de portas e janelas escancaradas. As oportunidades
pipocam diante dos meus olhos como as mensagens em grupos de whatsapp empolgados
sobre algo qualquer. Não falo muito sobre isso. Até porque não é gratuito. Não é
uma dádiva pura e simplesmente. Sentir-se bem é o melhor remédio desta vida,
porém somos tão imperfeitos – Graças a Deus – e erramos.
Mesmo quando
tentamos acertar, erramos. Uma hora acontece de dar certo. Isso, não significa
deixarmos de tentar, deixar de fazer, se fechar, se isolar, pensar dar para
resolver sozinho, significa reconhecer. Aí entram amigos, aí entra família, aí
pode bater uma tristeza, mas não deixa entrar não. Pode apertar campanhinha,
tocar o interfone, mandar mensagem, mandar whats, ligar... A gente a sente ali,
beirando, tentando estragar tudo, nos cutucar, mas não deixe! Mande ela embora!
Claro! A entenda primeiro porque podemos facilmente nos confundir ou
manipulá-la para outros motivos outros sentidos. Mas, não há de admitir.
É possível
ter uma peça quebrada em nós, uma veia obstruída no coração, no entanto, tem
conserto. Somos perfeitamente capazes de nos reparar e de praticar reparações. Preparar
um concerto da nossa própria sintonia com uma sinfonia com notas só capazes de
soar através de quem somos é revelador. As notas mudam, os tons se alteram,
somos constantes mesmo se ainda não trocamos as peças antigas, quebradas... Mudamos
o tempo todo mesmo se negamos isso. É preciso parar para não machucar os
outros. Para tanto, precisamos dialogar, enfrentar seja lá... Aí ir adiante. A relatividade
temporal não determina estes horários.
Nosso tempo
é outro. A mente funciona em uma dimensão, o corpo em outra e a alma está em
toda parte, pois é atemporal. Juntar tudo isso é jogar um coquetel molotov no
meio do peito. Ficamos em chamas sim e isto queima tudo vigente ao não
pertencimento. Quando olhamos nosso fogo arder intensamente podemos nos
satisfazer em ser nós mesmos sem subterfúgios, sem refúgios, sem esconderijos,
apenas toda esta carga da nossa pele, do nosso nome... De tudo aquilo produzido
por nossa mente, nossos sentimentos, nossas mãos, nossas almas e o impacto
reverberando disto montado diante do espelho o qual chamamos de eu.
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