joguei pela janela do carro minha coleção de dores
insinceras
não fico a espera de alvos em ações de dissabores sendo plateia
sou novo todo dia na minha estreia infinita esticando a língua
extinta de quaisquer doses de venenos e apelos respirando
na pele
fere só o permitido assistido pela culpa inexistente
mordendo a gente
estridente como o grito da noite quando dormimos cheios da
mente
e quem mente para si deve parar de cavar este buraco sem
fim
volta a si volte ao pronome obliquo tônico mim conjuga-me
toma-me como aquela água inundando o manto dos elos me
cobrindo
saio do canto como raio caído caindo ao contrário sincero
do destino páreo
prefiro me ter ao meu lado vazio e cheio de nada a
molestar a ostentação freguesa da incerteza de uma relação bugada.
+ às 10h24, Rafael Belo, quarta-feira, 08
de maio de 2017 +
Um comentário:
Parabéns! Muito bom!
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